Vinculação: ligação emocional positiva que se desenvolve entre uma criança e um adulto em particular. Os estudos de Harlow (com macacos rhesus) e de Bowlby (com bebés humanos) apontam para a vinculação como a forma primária de laço social na espécie humana, expressando-se como a necessidade inata de proximidade com a figura maternal e relativamente independente da satisfação da necessidade alimentar. A relação de vinculação é a forma inicial de relacionamento social do bebé humano. É considerada por muitos autores como sendo determinante na construção de todas as relações posteriores. O bebé quer estar perto da mãe, pelo que procura a sua imagem, o seu som e o seu contacto. A ideia de que existe uma vinculação entre mãe e filho é bastante recente. Inspirado em Hobbes, que via os seres humanos como animais insensíveis, Freud via o amor entre mãe e filho como uma orientação para si próprio, para a satisfação dos seus próprios interesses. Estas conceções foram dominantes até meados do século XX, quando autores como Bowlby, Harlow, Ainsworth e Spitz desenvolveram experiências de caráter científico acerca da vinculação mãe-bebé. A ideia de vinculação está relacionada com a noção de medo: uma criança que é severamente punida pelos pais busca consolo nos próprios pais, podendo estabelecer-se a comparação com um cão que é sovado pela mão que depois lambe. Apesar do medo, a busca de conforto provém dos mesmos cuidadores que proporcionam algum conforto. Antropologicamente, a relação de vinculação foi encontrada em sociedades tão díspares como os aborígenes africanos, os índios guatemaltecos, os habitantes de uma cidade americana ou os membros de um kibutz israelita. Constatou-se igualmente que crianças deixadas em lares residenciais tendiam a agarrar-se a um brinquedo favorito que traziam com elas, passando a chorar progressivamente menos mas demonstrando a mesma angústia, a ponto de perderem o controlo dos esfíncteres.