Normalização: as instituições sociais tendem a modificar ou condicionar as condutas consideradas aberrantes, patológicas ou marginais de forma a torna-las conformes à normalidade. Essa normalidade é apenas a média, a tendência mais geral, identificando-se com a ausência de patologia e com uma norma ou valor que valoriza a conformidade e avalia como anomalia, anormalidade ou singularidade todas as demais condutas. A normalidade é a conformidade com a média, e é muitas vezes entendida como a ausência de patologia: aquele que se afasta da normalidade é “anormal” ou está doente. Por exemplo, existe um padrão normal de QI: a maior parte das pessoas tem um determinado QI, dentro de padrões bem definidos. Também a sexualidade humana obedece a requisitos de normalidade: estatisticamente, existem comportamentos mais frequentes, comuns à maioria da população. Moralmente, alguns comportamentos são considerados “normais” ou “desejáveis”. Tudo o que seja diferente da norma será considerado anormal, anómalo, uma patológico. O conceito de normalidade é interiorizado pelos indivíduos e partilhado pelos membros de um grupo. O comportamento humano é avaliado em função da normalidade. As instituições sociais fixam os comportamentos tidos como desejáveis, mais frequentes e admissíveis, e consideram anormais, desviantes ou patológicos todos os outros comportamentos. Duas das formas de garantir essa normalização são o conformismo e a obediência. Ambos são mecanismos que nos permitem influenciar o comportamento dos outros seres humanos.