Mary Salter Ainsworth

Ainsworth, Mary Salter (1913-1999). Nasceu em Glendale, Ohio. Era a mais velha de três irmãs, sendo o pai possuidor de um mestrado em História. Ambos os pais valorizavam a educação e elevavam as expectativas quanto às realizações académicas das suas filhas. Mary Ainsworth começou a ler com apenas 3 anos de idade. A sua família visitava uma Biblioteca todas as semanas. Apesar de a sua mãe orientar as suas leituras, era com o pai que mantinha uma relação emocional mais próxima. Iniciou os seus estudos de licenciatura com apenas 16 anos. Concluiu o doutoramento na universidade de Toronto em 1939, após o que se tornou imediatamente professora na mesma universidade. Em 1942 alistou-se no Canadian Women’s Army Corp para servir o exército durante a II Guerra Mundial. Depois da Guerra, mudou-se para Londres, onde concluiu estudos de pós-graduação no University College. Trabalhou em diversas instituições, como a Johns Hopkins University (onde ganhava menos que os seus outros colegas pelo simples facto de ser mulher) e na University of Virginia. Participou em várias organizações científicas e recebeu dezenas de prémios e reconhecimentos das mais prestigiadas instituições ao longo da carreira, incluindo a Academia das Artes e Ciências norte-americana. Foi durante o período de permanência em Inglaterra que Ainsworth começou a investigar os efeitos da separação materna no desenvolvimento infantil. Interessou-se pela interação mãe-filho, concluindo que existem efeitos nefastos para o desenvolvimento quando se verifica a falta de uma figura materna. O facto de ter trabalhado em África (no Uganda) permitiu-lhe concluir que esses efeitos sobre o desenvolvimento são universais, ultrapassando barreiras linguísticas, geográficas e culturais. Desenvolveu o conceito de “situação estranha”, uma situação experimental para verificar o relacionamento entre mãe e filho/a. Os estudos de Ainsworth tiveram implicações sobre os movimentos feministas, como a exigência da permanência da mãe com os seus filhos durante os primeiros tempos de vida.

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