Consciência: durante os séculos XVII e XVIII, a consciência remetia para a vida do espírito, acessível através da introspeção. A emergência da psicologia científica não abalou esta convicção, mas a psicanálise freudiana demonstrou que o sujeito nem sempre tem consciência das causas da sua conduta, salientando as motivações de caráter inconsciente. Associada á ideia de inconsciente, constitui um dos dualismos históricos da Psicologia: o dualismo espiritualista fazia da consciência uma entidade material e inexplicada que controla a atividade cerebral; Vygotsky vê na consciência um subproduto da vida social e da linguagem; os neurofisiologistas, como J. Eccles, entendem a consciência como a entidade que coordena as condutas do sujeito. O comportamentalismo valorizou a consciência por considerar que as experiências subjetivas são reais mas apenas os dados acessíveis á consciência podem ser objeto de investigação científica, negando valor aos dados introspetivos. Atualmente existem dados empíricos que demonstram inequivocamente que abundam as atividades de tratamento de informação, de grande complexidade, que ocorrem sem que o sujeito delas tenha consciência. Hoje, para a psicologia comparada, a questão coloca-se ao nível da emergência filogenética da consciência; para a psicofisiologia, a consciência é analisada em função dos estados ou níveis de vigilância revelados electrencefalograficamente.