Cérebro: utiliza-se a mesma palavra indistintamente para designar a totalidade do encéfalo ou, em sentido mais restrito, o protencéfalo (ou cérebro anterior). Em rigor, são distintos. O encéfalo corresponde à parte do sistema nervoso central que se encontra alojada na caixa craniana; é constituído pelos hemisférios cerebrais e pelo diencéfalo (cérebro propriamente dito), além do cerebelo e do tronco cerebral. O protencéfalo é o estádio superior do encéfalo e inclui uma estrutura mediana (cérebro intermédio ou mesencéfalo) que por sua vez é constituída pelo tálamo, pela região subtalâmica e pelo hipotálamo, e ainda pelos hemisférios cerebrais. O cérebro liga-se ao resto do corpo através do cerebelo, da espinal medula e do bolbo raquidiano. É o responsável por todas as funções nervosas, exceto a vida vegetativa, o equilíbrio e os reflexos. Uma criança nascida sem cérebro estará condenada a uma vida vegetativa (dependendo da gravidade, um bebé anencefálico terá uma expectativa de vida mais ou menos curta). O cérebro funciona como um sistema: trata-se de uma unidade funcional. Em rigor, esta afirmação tem várias aceções: 1) O cérebro é uma unidade psicossomática, isto é, um órgão que reflete visceralmente as perturbações da emoção, pelo que a dicotomia cérebro-corpo é improcedente; 2) o cérebro organiza-se numa grande rede (rede neural) que proporciona uma fabulosa capacidade de processamento e organização da informação. Essa rede neural é constituída por várias unidades ou centros de processamento que estão conectados igualmente em rede; 3) o cérebro possui uma função de suplência (ou vicariante) que consiste na capacidade de suprir parcialmente uma deformação, insuficiência ou lesão por um conjunto de atividades compensadoras das funções restauradas.