Bowlby, John (Londres, 1907 – Skye, 1990): enquanto criança, Bowlby raramente via a sua mãe. Foi criado por uma ama, cujo afastamento da família por volta dos quatro anos foi percecionado por ele como uma tragédia semelhante à perda de uma mãe. Aos sete anos, os pais colocaram-no num internato, o que motivou grande parte das suas futuras preocupações com as relações de vinculação que as crianças estabelecem com os adultos. Mais tarde, estudou Psicologia em Cambridge, com resultados académicos notáveis, e tornou-se psicanalista aos trinta anos. Os acontecimentos da II Guerra Mundial, com a evacuação de crianças para as proteger dos bombardeamentos e consequente afastamento em relação aos pais levaram-no a produzir um importante conhecimento teórico e empírico sobre o assunto. É neste contexto que desenvolve a Teoria do Apego, segundo a qual o recém-nascido desenvolve o comportamento de apego como estratégia para escapar aos predadores. Segundo Bowlby, a maior parte das crias de mamíferos tem medo do desconhecido. A vinculação à mãe macaca (que é felpuda) ou à mãe pata (que grasna) é um instinto básico de sobrevivência, pois sem tal instinto as crias permaneceriam perdidas no mundo, sendo vítimas de predadores naturais. Antes de Bowlby, já o etologista Konrad Lorenz tinha salientado a importância da cunhagem (imprinting): um patinho recém-nascido é exposto a um estímulo em movimento e assume-o como mãe logo que consiga andar (12 horas depois de sair da casca) e o siga durante apenas dez minutos. A sua aluna Mary Ainsworth desenvolveria algumas das suas ideias posteriormente.